Chego na padaria. Jornal embaixo do braço. A edição diária
se destaca por suas manchetes requentadas. Farra na política, jogador de
futebol fanfarrão, alguma subcelebridade querendo estender os minutos de atenção,
e a vida na mesma ladainha.
O pingado de sempre vem em minutos com o costumeiro sorriso
do garçom. Dessa vez pingado mesmo, nada de média. A cafeína há de me alertar,
há de ser o remédio para aguçar meu senso crítico.
Bebo um gole, desvaneio. Somos café e leite. Vivemos isso na
nossa raça, na nossa cor, na nossa política e economia. Morno como
deve ser, uns mais fortes, outros mais fracos, mas todos na mistura.
Mas nem
por isso devemos assumir o sentido conotativo de “fora da jogada” que essa
expressão tem. A fumaça do café me retem a atenção.
Toda a revolução tem que começar, que comece após o primeiro
pedido da manhã! Na padaria o papo esquenta com os principais assuntos do dia.
Alguns se exaltam, defendem a situação, outros a oposição, e hoje eu pingo.
Média ou pingado?! Qual é a sua porção?
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