sexta-feira, 25 de maio de 2012

Gods hates no one, that is true.

O pingado de hoje tem sotaque norte-americano.

Um corajoso garoto de 09 anos de idade, chamado Josef Miles, resolveu manifestar a sua voz. Incomodado com os protestos realizados em frente a uma igreja batista atribuindo a Deus uma ira contra os homossexuais, o jovem garoto sacou seu caderno e uma caneta e em um cartaz gasto com menos dízimos disse mais verdades sobre o Todo Poderoso do que aqueles que dizem carregá-Lo em seu coração.



Ao protestar com a frase "God Hates No One" ('Deus não odeia ninguém' em tradução livre) o jovem recebeu nas redes sociais destaque por sua coragem ao se expressar em meio de tantos cartazes que se aglomeram no segundo plano com frases "GOD H8S FAGS" (Algo do tipo, 'Deus odeia viados') e "Too LATE to PRAY" ('Tarde demais para rezar', mais parecido com algum título hollywoodiano). Ao ser questionado porque tinha feito isso, por uma rádio local, o garoto respondeu com a simplicidade da infância: Por que é verdade.

Fica claro o contrate da crença infantil do 'Deus amor', pregada pela maioria das igrejas e a hipocrisia de grande parte dos adeptos que projeta seus ódios e reprimendas mais ocultos à ira divina, quando no fundo essas razões são mais psicológicas e políticas que espirituais.

Hoje o café vai descer com gosto.

Fonte: http://www.npr.org/blogs/thetwo-way/2012/05/24/153597841/kid-told-westboro-protesters-god-hates-no-one-because-that-is-true

terça-feira, 8 de maio de 2012

Rita Lee na veia.



Essa é nova. Rita Lee bipolar. Me pergunto se o psiquiatra que a diagnosticou não acompanhou o trabalho da artista de rock e aderiu a onda da síndrome de auto-psiquiatrização adquirida de que sofre a sociedade atual, em que nossas tristezas viraram depressões, nossas manias viraram histerias e nossas alegrias viraram surto. O grande Assis, sofrendo de epilepsia, dislexia e gagueira já tinha previsto essa corja de alienistas que deveriam se trancar em seus casarões psiquiátricas por verem loucura em tudo.  

A própria cantora que já afirmou em versos: "Dizem que sou louco/ por pensar assim/ mas louco é quem me diz/ e não é feliz" disse se sentir aliviada ao receber o diagnóstico. E receita-se  Prozac, Alprazolam, Olcadil, como água pra manter nossa mente dentro do sistema. E o rock contraventor, talvez seja um vírus causador de todos os distúrbios mentais.

Rita lee na veia para as crianças diagnosticadas com o proliferado Distúrbio de Déficit de Atenção. E antigamente a epidemia escolar era só piolho. Hoje transtorno mental parece estar contagioso e chove diagnosticações erradas de problemas sistemáticos de educação retrógrada para mentes adaptadas à Ipads, Ipods, Iphones, comunicação em rede e compartilhamento em nuvens.

Certamente a Santa Rita de Sampa é melhor remédio para as mazelas da mente e da alma do que a patrocinada ritalina receitada pelos médicos visando 10% do lucro famacêutico. Quanta revolução já não foi natimorta por drogas fabricadas por industrias que integram o sistema.

Rita, acorda. A sua bipolaridade é luxo perto da linearidade do pensamento atual, da caretização dos padrões, e do anti-rock inerte na psicologia pacificadora. E da próxima vez que essa classe de malucos te oferecer novo rótulo, grite como nos ensinou: "Obrigado, Não."

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Eu grito.

O balcão da padaria emudeceu.

A famosa imagem de 'O Grito' na tela roubava toda a vontade de fala. Somado ao silêncio, o noticiário reportava que a pintura do norueguês Edvard Munch fora vendida pelo em leilão recorde no valor de U$ 119,9 Milhões. O patamar anterior pertencia a Picasso.

Controlávamos a respiração para evitar ruídos. Mudos pelo assombro do montante pago pela obra. Por segundos olhando para a tela, me sentia confortável.

Um ser desfigurado gritando, visceralmente, de uma forma que me despertava solidariedade e inveja, jamais poderia repetí-lo (o grito) em sociedade, por mais que por vezes sinta enorme vontade. 

Quanta loucura há na arte.

Em lances silenciosos, o comprador anônimo conseguiu arrematar a obra em um evento com pompa e civilidade insanas. Me perguntava o que era mais louco: Ficar erguendo placas com valores para ter para si o grito mais representativo do desespero humano ou reconhecer-se no grito alheio, a ponto de se sentir saciado com um berro mudo.

Não cheguei a conclusões, elas são para os loucos. As dúvidas são os motores necessários. Não sei se a tela ficará melhor na sala de estar ou na galeria particular de obras de arte.