terça-feira, 24 de abril de 2012

Silêncio, professores!

O que tem a ver a Greve dos Professores do DF e a I Bienal do Livro de Brasília? Seriam dois assuntos próximos, se não fosse o primeiro de cunho essencialmente político e o segundo, uma celebração literária para os amantes do gênero.

Como bom leitor, saí mais cedo no sábado da padoca cujos personagens do Balcão tinham seus olhos vidrados no barulho do treino do GP da Fórmula I de Bahrein e fui direto para a bienal montada no centro da esplanada dos ministérios.


Ao chegar, vi uma super estrutura, com diversos stands de livros e ficou difícil resistir aos gastos daquela festa em homenagem à literatura.

Mas a grande surpresa foi quando, cheios de razão, os professores do DF invadiram a feira e fizeram apitaços, barulho e gritavam palavras de ordem contra o Sr. Governador.

Adiro à luta dos professores por aumentos salariais, e tenho certeza que a melhoria do país passa pela melhoria da educação. Mas toda a classe perdeu o meu apoio nessa única manifestação. Arruaceiros, gritavam pelos corredores, próximos a crianças e a senhores que olhavam atordoados com a barulheira. Se gentileza gera Gentileza, a máxima não funciona no caso do desrespeito.

O desrespeito do governo não justifica o desrespeito com a população visitante da Feira, lugar de protesto é rua. Muito me admira saber que professores, educadores, formadores de opinião não considerem a máxima: "Ambiente de leitura é lugar de silêncio" E foi isso que eu bradei em coro único quando houve uma espécie de silêncio, já na saída da feira, pois é claro, não cometeria o mesmo desrespeito com os participantes.

Às vezes queria ter conhecido Dom Quixote.

Parabéns à cidade de Brasília por sua primeira Bienal. Festa linda, com gente interessante. Renato Russo ia morrer de inveja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário